Mais uma noite, mais um sonho. Hoje você era uma princesa egípcia, com toda pompa e beleza que só os filmes de Hollywood têm. Vestida de branco, coberta de ouro e os cachos longos batiam delicadamente nos seios. Do alto de sua torre os olhos negros cuidavam das longínquas terras. Lá em baixo, esquecido de ti e dos deuses, eu plantava tua comida nos trapos mais sujos e surrados, coberto de terra e de suor, fedendo. Mas eis que a história começou, e você caminhou sob o sol e sobre as areias quentes. Tudo conspirava desde o início dos tempos para que nunca cruzássemos nossos olhares. Você no alto e eu no baixo, você tão bela e eu tão sujo. Mas seus pés cruzaram a distância do infinito que nos separava, e sem uma palavra você me beijou. Tua pele ardia pelo sol e a minha pela emoção. Mas senti que aquele não era o primeiro beijo. Nós então já não estávamos sob o sol e sobre a areia. Éramos de novo dois jovens na cidade. Ainda sonhando, você estava ali como sempre foi pra mim: linda. Mas as cortinas do quarto já não conseguiam mais me enganar da hora, e o sol se espalhou por entre o quarto. Acordei explodindo felicidade, eu te tinha mais uma vez. Mas estavam os livros bagunçados na estante, as roupas ainda jogadas pelo chão, pratos sobre a escrivaninha e um retrato rasgado na lixeira. Estava tudo como deveria estar: os livros, as roupas, os pratos, seu retrato, minha tristeza e a sua vida seguindo sem a minha.
A minha admiração aumentava a cada linha... Amei teu texto, Dan! Assim como amo os pássaros que sobrevoam meus dias sob uma promessa de presença eterna: em carinhos, em livros, na vida.
ResponderExcluirAgora vou fazer um comentário sério, o teu texto fluiu de uma amneira maravilhosa e quando reli hj me emocionei bem mais do que da primeira vez...concordo toltalemte com a Bia
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