JULIETA — Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse título. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele, que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.
ROMEU — Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.
ROMEU — Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.
Chamemo-nos de amor, que basta. Reneguemos nossos nomes, nossos corpos e nossas almas, de que nos servem tanto se para nos amar precisaríamos apenas de tua cama? Já reneguei por tantas vezes, renegaria até morrer. Porque é em teu peito que um dia hei de morrer, por te amar assim muito e amiúde, por te amar mais do que pude. Dá-me apenas teu amor, e dele farei um castelo só nosso...
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