2.7.09

Tanto sem nome quanto com amor

Quando teu olhar me flechou e quando tua mão me puxou para um abraço e quando o úmido das bocas bêbadas se uniram, eu não esperava saber teu nome. Já foram tantos nomes, tantos Joãos, Pedros e Josés. Nomes, bocas e amores que, colocados em fila, daria para ir à lua. Mas o amanhecer não se conteve em trazer apenas os raios solares, trouxe teu sinal. Reminiscências enraizaram teus sonhos e minha blusa. Você não passava de perfume na minha camisa, disputando espaço com cigarros, bebidas e antigos amores. Você era um menino perdido entre os meus dentes, uma saliva encardida na língua e um gosto preso na garganta. E quando o sol lhe trouxe com palavras baratas eu achei graça da tua inocência. Ri da tua tolice. Por fim, sorri com tua beleza. Com o tempo a água lavou você da camisa, a escova levou da boca e o açúcar da garganta. Mas as palavras baratas continuavam a me intrigar, me fazer achar graça, rir e sorrir de beleza. Você era patético. Eu não te queria. E passados os primeiros cinco minutos de curiosidade, nada mais me interessava em você. Mais tempo passou. Na verdade eu não compreendia como ainda estava levando aquilo. Você era um menino e eu uma puta do amor. Um jovem de coração cansado. E você me enfeitiçou. Talvez desde o primeiro momento você tenha me seduzido. E por mais que tenha lutado, eu me rendi. Não me importa mais saber como ou porque, apenas que eu te adoro. Nada faria sentido se não fosse essa noite escura, esse vento frio e essa tristeza dura. Eu te adoro desesperadamente nesse aperto de saudade. Você continua um menino, um inocente do perigo do amor, um louco que se joga no perigo que é meu peito. Dilacera-me tua coragem perante os covardes, pois eu nunca fui. Eu adoro sua coragem. O sol te trouxe e eu adoro seu calor. Meu menino vadio, aceito tua esperança e dou o meu destino: o amor.

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