16.11.08

Espelho d'água

Perceber que a tristeza
A ausência de ser feliz
Os músculos que cansaram
É só o tédio do dia sereno
O exílio de ego
A sentença de cupido
A certidão dos que velejam
Dá-me preguiça pensar
Retardam os batimentos
Fraqueja o peito
É tudo só descompasso
Do meu regimento
Acomodam-se parasitas
Acomodam-se amores
Mesmas raízes
Mesmas cicatrizes
Sangrias em pulsos quentes
Na verdade, meu peito aberto
Minha saudade do rio
Minha saudade da outra margem
Saudade do que fui imagem
Reflexo d’água
Navegar é preciso, viver não é preciso
Leva-me mar, e me deixa em braços de Yemanjá
Ou me procura nos olhos bem amados
Dessas moças que me perderam
Lave-me lá, e me deixa em braços de amar
Apresente-me um moço belo
Faça ser gay meu amor
Amando-me eternamente
Que seja para mim tudo
Só de mim receberei o que dei

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