Minha alegria vagueia nos pensamentos daquela menina. Mas, perdida entre os acasos da vida, ela se esqueceu de me devolver. Junto aos seus cabelos não há uma presilha, são minhas mãos que dei de presente para que nunca lhe ocorresse a solidão. Naquele peito que se infla de ar, que não cansa de respirar e guiar a vida ao seu corpo delicado, foi meu assopro zeloso, meu último suspiro que enviei ao seu encontro. Meu coração saltou de mim, recusou moradia. Sentiu-se acuado como uma pobre presa e foi para a América do Sul, reclamou minha frieza, bateu as portas, se zangou com minha ausência. Meu coração é pequeno e delicado, anda só, desesperado. Que minha menina não pise minhas mágoas. Porém eu sinto que um simples sorriso dela me faria voltar meu coração e, visto sua tranqüilidade, ela devolveria minhas mãos. Por fim, já cansada da felicidade, me traria minha alegria, e me presentearia com uma contida eternidade...
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