Meu atalho segue reto por entre a mata
Se enlaça nos galhos e se perde
Correndo sempre para chegar atrasado
Perdendo à partir da largada
Que corrói é minha ânsia
Um coração de pedra
Cada pulsar é um tremor
Dum grão de areia nasceu meu amor
Cresce do grão a mangueira
Forço o grão a já ser o que será
[Ele não o é]
Baleia na rede o meu sono inquieto
Minha aflição é meu pensar
Eu não o consigo
Pulsa, pulsa, coração
Faça abalar o mundo
Que a mim não resta estrutura
Escultura do amar
Segue gesso
Encara a verdade, me faça chorar
Um tapa, porque de carinho já apanhei
Meu riso é pálido
Leonardo me pintaria, mas meus olhos voariam
Olhar pra trás me consome mais que escrever
Por isso essas linhas são supérfluas
Elas não me matarão
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